terça-feira, 21 de junho de 2011

Mahalo Hawaii :-)

O Hawaii de nossas fantasias de adolescência

   O Hawaii é "mara", assim diria Malu, minha mais recente amiga conquistada nesta intrépida viagem.  Nos conhecemos através de Georgia, antiga amiga de Recife que não a via há exatos 17 anos.  Tanto se reclama da tecnologia e seus males para os relacionamentos de hoje, mas foi graças ao Facebook que nos reencontramos virtualmente e agora pessoalmente.

Outro amigo recente e uma grande surpresa pela empatia instantânea, pensamentos comuns e interesse em saber onde essa tecnologia irá nos levar (Edu trabalha na área de TI), também conheci aqui no Hawaii.  Eduardo que também é um flanador, foi apresentado por email por nossa amiga em comum Mili de Floripa.

Eu vinha para Honolulu mais porque ficava no meio do caminho entre o Japão e a Califórnia, meu próximo destino. Queria também saber como era o Hawaii.  Tantas histórias, tantas lendas, o surf, as lindas polinésias dançando hula...

Mas de alguma forma achava que tudo não passava de marketing e não seria nada mais que um lugar turístico, comercial.

O Hawaii amigos, é na verdade tudo isso.  Apesar de ficar apenas 1 semana na principal ilha, Oahu, de um total de 7, experimentei vários Hawaii's.  E se ficasse um pouco mais poderia ter mergulhado ainda mais neste estado americano que mais parece um país com inúmeras influências além do "american way of life".

O Hawaii que está em nossas mentes e memória de adolescência existe sim, e depende da sua disposição de explorar o lugar.  Surfar numa long board alugada na beira da praia de Waikiki no final da tarde assim como Duke fazia há 100 anos e ainda ouvir o Hula que vinha da praia foi de arrepiar.  Após pegar algumas ondas tive que voltar para a beira da praia para conferir a graciosidade dessas lindas mulheres reverenciando a natureza com seus movimentos suaves e encantadores.

North Shore e Pipeline também será inesquecível.  Meca do surf mundial, com suas ondas gigantescas, já sepultou vários surfistas como Sion Milosky há apenas 3 meses. Reverenciado por colegas foi possível ver sua prancha partida em sua homenagem, esta que tirou a sua vida.


E se todas nossas maravilhosas praias fossem tão protegidas como Hanauma Bay? Tive que assistir a um vídeo e a uma palestra antes de entrar na praia.  Tudo para conscientizar as pessoas sobre a vida marinha e como devemos proteger e respeitar.


O Hawaii é no entanto muito mais que isso.  Mas aí, como diria Malu antes de continuar seu raciocínio, segurando seu Mai Tai na beira da piscina do Sheraton Waikiki:  "teríamos que molhar um pouco as palavras"...

Confira as fotos clicando aqui.


Até breve!

quarta-feira, 8 de junho de 2011

O Valor do Intercâmbio


Eu, Cam e Kozue, hoje à tarde em Shinagawa
  
    Meu tio Joãozito é um entusiasta do Rotary.  Assim como era seu pai João Batista Dantas e meu tio Francisco Perazzo que foi governador do distrito 4500 do qual fiz parte como intercambista.  Mas quando vejo meu querido primo Bruno que é mais um rotariano, e não menos importante, fazendo a chamada para as inscrições do intercâmbio de jovens do Rotary no facebook me sinto um pouco nostálgico e bastante feliz.   Foi o Rotary que me deu a oportunidade de passar um ano aqui no Japão e hoje poder estar aqui novamente, após quase vinte anos, reencontrando amigos e família.  O que pode ser mais legal que reencontrar após tanto tempo um colega de intercâmbio?

Cameron Frewin é canadense e frequentou comigo o Sendai Ikuei Gakuen High School no ano de 1992.  Após idas e vindas do Canadá para o Oriente, Cam hoje mora em Vancouver com sua esposa Kozue que é japonesa.  Por acaso estavam em Tokyo para uma cerimônia de casamento e combinamos de nos encontrar para um almoço.  Tentamos colocar em dia 19 anos de conversa que separou nosso último encontro em Sendai e como isto não foi possível, ficamos relembrando os bons momentos daquele ano que convivíamos entre as dificuldades do aprendizado da língua, as viagens pelo colégio e o dia-a-dia no Japão.  Com a promessa de nos reencontrarmos em breve no Brasil ou no Canadá, nos despedimos com esta foto tirada na estação de Shinagawa.

Abaixo, fotos do reencontro com o Sendai East Rotary Club e Sendai Ikuei High School tiradas no ínicio de maio.

Até breve!
Assim como eu um dia frequentava as reuniões de Rotary no meu uniforme do colégio, essas futuras intercambistas hoje fazem o mesmo

Enquanto me preparava para um breve discurso, Oyama-san me apresentava com histórias da época do intercâmbio

Fukuda-san que será o próximo presidente do Sendai East sempre muito simpático comigo me convidou para um almoço em seu hotel

Hiratsuka-san ainda é mesma secretária de 20 anos atrás


Matando as saudades da sala de aula do Ikuei Gakuen

Recebido pelo diretor do colégio e neto do fundador, ganhei até presentes pela visita do ex-aluno de tão longe

terça-feira, 7 de junho de 2011

De volta ao Japão

 
   Após a cansativa viagem retratada no último post, como é bom se sentir em casa novamente. Como é bom "entender" a língua, a cultura e as maneiras.  Gosto do povo japonês, de sua educação, sua gentileza e delicadeza.

Estou agora no Shinkansen (trem-bala) de Nagoya para Tokyo e toda vez que um funcionário da JR Lines entra no vagão ele ou ela se curva em respeito aos passageiros que também se curvam para pedir passagem para encontrar seu lugar no trem.  Há um silêncio agradável e raramente se vê alguém atender um telefone e se o faz, o faz rapidamente e em voz baixa.

Aqui tudo funciona, é rápido e simples se você fala um pouco do idioma.  Comprei meu bilhete na estação em dois minutos e já estou no meio da viagem que durará 1:40hs. Nem um minuto a mais ou a menos numa velocidade superior a 200km/h.

No Brasil um viagem dessas provavelmente seria feita de avião onde teria que comprar passagem com antecedência além de sofrer com aeroporto, check-in, espera, atraso.

Aqui tudo é previsível e bom.  E como é bom estar em casa.  E no oriente o Japão é minha casa.

Até breve!

Viajando meio mundo em menos de 24hs

O expresso aeroporto de Beijing (Pequim)

   Excetuando os últimos momentos com Ira, a experiência no aeroporto de Moscow não foi nada boa.  Ficarei devendo as histórias da bela Rússia bem como a do aeroporto para falar agora sobre um dia de um viajante tentando chegar ao seu destino.

O plano era o seguinte: sair de Moscow (SVO) para Pequim (PEK) domingo (05/Jun) às 19:45hs, chegar às 7:15hs da segunda, passar o dia com Sarah passeando pela cidade e retornar ao aeroporto para outro vôo que sairia às 17hs para Nagoya (NGO).  Mais quatro horas até o Japão. Era isso ou isso.  Tentei outras conexões, nada encaixava.

O ideal seria já fazer o check-in para Nagoya logo na chegada, mas como o balcão ainda não estava aberto, tive que deixar minha mala num "locker" além de do fato de não fazer o check-in antecipadamente reduzir meu tempo em Beijing.

Peguei o trem expresso (coisa que incrivelmente nenhum aeroporto brasileiro tem) e fui até a estação de metrô "Lama Temple" que era meu primeiro destino, antes tendo que fazer uma baldeação em "Dongzhimen" que é a última estação do expresso aeroporto.

O passeio foi muito legal, o templo é magnífico, bem no estilo da Cidade Proibida onde se passa por vários portões e pequenos templos até se chegar ao principal com o grande Buda sentado.  Sarah como sempre muito simpática tentando traduzir e explicar tudo.  Foi muito bom revê-la.

Mas o que eu estava precisando mesmo era de uma massagem.  E a chinesa meu amigo, é a melhor.  Do templo pegamos então um taxi e fomos direto para uma que eu conhecia não muito longe dali.  O chinês me "triturou" e saí de lá mais mole que gelatina.  Após me despedir da amiga retornei pelo mesmo expresso e lá estava eu novamente no aeroporto de dar inveja aos BRICS.

Cansado, triturado e com todos os "ados" possíveis e imagináveis consegui entrar numa sala vip que pasmem, tinha uma sala privada com chuveiro e todos os acessórios para um relax que estava precisando.  Daí para Nagoya foi só alegria já que o vôo estava praticamente vazio.

Estava chegando em casa novamente...

Até breve!

Um banho quente a esta altura, era tudo o que eu precisava.

Até secador de cabelos e sandálias entre os acessórios do banheiro VIP.

sábado, 4 de junho de 2011

Tudo vale a pena quando a alma não é pequena


    Este vídeo causou uma certa polêmica quando o publiquei no Facebook.  Mesmo acompanhado da foto onde estou segurando o espetinho de escorpião e prestes a colocar na boca, muitos não acreditaram que realmente comi o bicho.  Outros acreditaram, mas criticaram. Porque comer qualquer coisa só porque se está num país diferente? Disseram alguns.

Eu gosto de aventuras.  Gosto de experimentar. Gosto de assumir riscos desde que calculados (às vezes calculo errado, mas tudo bem :-)).  Acho inclusive, que para conhecer realmente uma cultura deve-se experimentar de tudo.  Não me interessam apenas as fotos de cartões postais.  Simplesmente dizer: estive ali!  Gosto de mergulhar na cultura, na língua (sempre procuro aprender um par de palavras) e conhecer as pessoas.  Vocês não fazem idéia de como comer um simples espetinho de escorpião pode lhe render um comentário de um chinês que está passando, ou um sorriso do vendedor da iguaria.  

Lembro de quando estava morando no Japão como intercambista do Rotary e de tudo eu comia, tudo eu dizia sim.  Isso me rendeu várias amizades e um pedido do Chairman do Rotary para falar com um americano que só queria comer Mcdonald's e estava dando trabalho para a família que o estava hospedando.  Falei com ele e disse: pra quê vir para o Japão comer Mcdonald's?  Assim melhor voltar para os EUA!

Esse jeito de só dizer sim também pode lhe trazer algumas situações complicadas.  Após uma belíssima massagem a chinesa perguntou: quer fazer também o 拔罐? Do mesmo jeito que você não entendeu nada agora, eu também não entendi.  Mas disse sim :-)  O resultado foi esse aí do próximo vídeo.  Por incrível que pareça não doeu e o resultado foi bom.  Só que fiquei com as costas desse jeito por uma semana.  Mas como uma vez disse o poeta: tudo vale a pena quando a alma não é pequena...




Até Breve!