Uma semana.
Um dia faz parecer uma semana por aqui. Quando se passou uma semana sentimos nos pés e no coração que um mês já se foi.
Quando nos separamos de um companheiro de caminho para reencontrá-lo mais à frente a sensação é que não nos vemos à semanas. Mesmo que tenhamos nos visto há um dia ou dois.
São 20, 30 ou até 40 km por dia (não faça isso). Andamos no compasso do tempo. Como dizia Luiz Gonzaga em Estrada de Canidé, não há nada como o cristão andar à pé.
Acordamos cedo, dormimos ao apagar das luzes e andamos. São 3 cidades ou povoados pelo menos que conhecemos, ou simplesmente passamos.
Todos os dias.
A sensação de avistar uma cidade de longe e ir se aproximando dela lentamente até passá-la e deixá-la para trás é difícil de descrever.
E quando estamos do alto de uma montanha e contamos 3 ou 4 cidazinhas cada qual com sua igreja? Ficamos tentando adivinhar em quais delas nosso caminho irá nos levar.
O caminho é duro mas é lindo. É visto de tantas formas dependendo de quem o anda. E tem que andá-lo para entender o seu.
E hoje passado a metade do caminho a sensação que tenho é que os 33 dias mais ou menos até Santiago terão valido um ano pelo menos. Por aí.
Até breve.