sábado, 30 de abril de 2011

Cingapura: um caldeirão étnico em busca de um novo presidente

Ícone da arquitetura hoteleira causou frisson com sua inauguração em 2010

   Após um fim de semana em Bangkok com Julien para comemorar tardiamente seu aniversário, aproveitei sua ida à Cingapura para conhecer esta ilha incrustada entre a Malásia e a Indonésia que é o menor país do sudeste asiático.

Cingapura me impressionou bastante.  Achava que Hong Kong era a cidade mais internacional da Ásia mas estava enganado.  Não que seja melhor, longe disso, mas aqui o inglês é mais falado, a arquitetura é completamente ocidental, as ruas, enfim, a sensação é que se está na europa ou Estados Unidos.

Seu porto sempre foi rota comercial para a europa e assim que deixou de ser colônia inglesa em 1963, foi totalmente repensado, modelado e construído pelo seu primeiro-ministro e hoje ministro-mentor Lee Kuan Yew.  Tido como ditador  pelo ocidente mas como gênio e pai da Cingapura moderna pelos locais, tirou o país do nada, para uma das maiores rendas per capitas do mundo.

Cingapura disputa hoje com Hong Kong a liderança do comércio, mas principalmente, do mercado financeiro da Ásia.  Enquanto uma é aliada dos EUA, a outra é território chinês.

Estive aqui praticamente por um dia apenas e deu para ver muitas coisas.  Diria que 2 dias são suficientes para ter uma boa noção da cidade.  O que mais me impressionou?  Sem dúvida a incrível piscina do alto do Hotel Marina Bay Sands famosa mundialmente e realmente impressionante. Lá do alto também dá para ver um estádio de futebol onde o gramado é um aterro na baía e as arquibancadas ficam em terra firme. Uma enorme roda gigante onde pode-se jantar durante o giro é outra atração.  Tudo grandioso e espetacular.

O que está em voga aqui no entanto são as eleições que ocorrerão dia 7 de maio para presidente e parlamento.  O primeiro-ministro não muda pois este é o filho do Lee Kuan Yew.  O que dá a impressão de uma monarquia ou ditadura (que realmente parece ser), mas pela preocupação do próprio com as eleições, parece que o parlamento tem algum poder.

Nas palavras do próprio Mr. Yew, 87 anos, no jornal de 27/04/11: "Não estraguem tudo o que fizemos nesses últimos 40 anos votando nas pessoas erradas".  O povo de Cingapura é composto por malaios, chineses e indianos, principalmente.  Uma incrível mistura étnica.

Clique aqui para ver as fotos

Até breve!

sábado, 23 de abril de 2011

Happy New Year Thailand!

    
  Nunca tinha ouvido falar desta festa.  Muito menos que Chiang Mai era uma das cidades que mais celebrava o Songkraan aqui na Tailândia.  Mas dei a sorte de estar aqui, presenciar e principalmente participar disso tudo. Mais uma grande experiência e surpresa desta viagem.

O Songkraan Festival é celebrado anualmente entre os dias 13 e 15 de abril em comemoração ao ano novo.  A tradição, que já dura séculos aqui na Tailândia e acredita-se que tem origem hindu e coincide com vários calendários do sudeste asiático, consiste em jogar água uns nos outros para lavar tudo de ruim do ano antigo e ficar limpo para o ano novo.  O que começou como uma festa religiosa onde as pessoas iam nos templos para lavar as imagens de Buda e reverenciar os monges, tornou-se hoje num grande carnaval onde o objetivo é se divertir e molhar todo mundo.

Como é um feriado longo, muitos que moram fora de sua cidade voltam para suas casas. Todos aqui esperam o ano inteiro para se reunir com os amigos e familia para essa festa tão divertida.

Apesar de toda essa festa, e aparente violência com as "armas" de brinquedo, tudo transcorre na maior paz e todos levam a brincadeira na esportiva, mesmo aqueles que estão na rua sem o objetivo de brincar mas são surpreendidos com um grande banho d'água!  Afinal, no fundo é apenas o desejo do outro de que você tenha um feliz ano novo!

Clique aqui para ver as fotos.

Até breve!

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Inveja branca

Pôr do sol de ontem em Myanmar visto da Tailândia
    
   Assim que anunciei este meu período sabático, e expliquei que com um bilhete aéreo daria uma volta ao mundo, praticamente todos meus amigos foram unânimes em dizer: que inveja de você!

Engraçado que tem sido assim com muitos que conheço nesta viagem, independentemente da nacionalidade, idade ou sexo.  Meus amigos do Brasil no entanto, tem o cuidado de dizer que a inveja é branca.

A inveja é normalmente tida como uma coisa ruim.  Mas porque?  Não vejo porque querer estar numa posição que o outro está, necessariamente é querer tirar isso dela.  Acho que admirar ou querer o que o outro tem, é ou está, não é de forma alguma ruim.  Pode nos motivar, a buscar o que nós também queremos e podemos conseguir.  Eu tenho muita inveja de quem sabe tocar um instrumento por exemplo.  Já tentei bateria e piano, não prossegui e me sinto frustrado.  Isso não me impede de admirar quem toca maravilhosamente bem um piano ou reúne os amigos numa roda para ouvi-lo tocar violão.  Só me faz relembrar que tenho que aprender a tocar um instrumento.  Será que é isso a tal da inveja branca?

Esta viagem que estou chamando de sabática tem como objetivo pensar sobre a vida, os objetivos para o futuro e relembrar o que realmente é importante para mim.  A viagem em si já é uma decisão de não deixar para depois as coisas que tanto desejamos.  Minha surpresa no entanto foi que essa história de volta ao mundo é tão forte no imaginário de tanta gente.  Várias me confidenciaram que era o sonho da vida delas.

Uma amiga até me falou da responsabilidade de estar fazendo o que tantos gostariam de fazer. Mas eu digo: qualquer um que quiser e se planejar pode.  Fazer uma viagem dessas não é difícil por conta de dinheiro, trabalho ou família.  É difícil por conseguir sair de sua rotina, da zona de conforto e ter a coragem de desapegar das coisas, da casa, dos amigos e da família por tanto tempo.  Esse sim é o grande desafio. Todos que foram intercambistas no exterior sabem como é difícil mas recompensador.  E como todos cresceram com a experiência.

Estou à disposição para ajudar a qualquer um a se planejar para uma viagem dessas.  Não para um roteiro turístico, mas para uma experiência diferente.  Ah, um período sabático normalmente é de um ano.  E como esta viagem é de apenas 5 meses, ela terá continuações...

Queria aproveitar e desejar uma Feliz Páscoa, lembrando que este período é de renascimento e uma boa oportunidade para todos nós repensarmos nossa vida, ações e desejos futuros.

Um beijo a todos e até breve!

domingo, 17 de abril de 2011

Apenas um planeta para todo o mundo


  Terremoto e tsunami no Japão.  Terremoto no norte da Tailândia e enchente no sul.  Phuket que era para estar na época mais seca do ano, estava debaixo d'água nos primeiros 5 dias de minha visita. Um italiano em Koh Samui também comentou que o clima na Itália está super estranho. Uma amiga está debaixo de neve na Rússia em plena primavera e ontem um grupo da Austrália me fala que este ano tiveram o verão mais frio que já viram. Tudo isso estou vivenciando nesta minha viagem ao redor do mundo. 

Ouvimos falar constantemente sobre aquecimento global, mudanças climáticas e o que o homem tem feito para causar toda essa mudança.  Alguns falam que não há nada de anormal, outros que o homem não tem influenciado este processo.

O que sei é que todos com quem falo, de todas as partes do mundo, estão preocupados com o clima na terra.  Sempre o assunto vem à tona de forma espontânea tipo: como está quente agora, e fala-se do seu país e como tudo parece estar diferente.

A verdade é que vivemos no mesmo planeta, que para mim parece ser muito pequeno e o mais importante, é um só.  Não importa a religião, a cor, a língua, o status social, a economia.  O que une nós todos é o planeta Terra que é nosso condomínio.  O que fazemos na nossa casa em Recife ou Chiang Mai na Tailândia, respinga no nosso vizinho da África ou Nova York.

Este é um sentimento que irá crescer e ganhará cada vez mais importância com o passar dos anos se o clima continuar mudando como estou vivenciando agora.

Cuide da sua casa e até breve!

sábado, 16 de abril de 2011

Motoqueiras de Buda

Unkana, Best e Nanthana

     Não me sinto seguro andando de moto.  Não tem cinto de segurança, vem aquela coisa na cabeça que o para-choque é a sua testa, além da voz da sua mãe dizendo: meu filho, pelo amor de Deus, nunca ande de moto.

Só que estava em Koh Samui, uma ilha no sul do reino da Tailândia, onde a vespa ou "scooter" é a melhor maneira de passear e se locomover pela ilha que tem 25 x 21 km de dimensão.

Por apenas 200 baht (R$11), aluguei a lambreta e apontei o nariz pro sul. Sabia que tinha um bom local para fotos e de lá seguiria norte para conhecer as praias.  Foi aí que apareceram 3 moças em sua motos e ao puxar papo elas rapidamente me convidaram para acompanhá-las em seu passeio pelo sul da ilha.  Mudo meu roteiro em 180 graus e lá vou eu em mais esta aventura.

As 3 amigas estavam de férias e são de Udon Thani, cidade no nordeste da Tailândia.  Tivemos uma tarde super agradável entre aceleradas (nada que ultrapassasse os 50 km/h) e visitas a cada templo, imagem de Buda ou monge de plantão.

Pausa para o lanche
Duas entidades que o Tailandês admira e venera: o rei e Buda.  E este último era o principal interesse dessas simpáticas motoqueiras.

Para variar um pouco (para não dizer muito), paramos para tirar fotos das rochas Grandpa and Grandma que são uma atração na ilha por suas formas sugestivas.


No final da tarde e do último, e maior Buda da ilha, despeço-me delas para curtir um pouco a praia.  E como em Koh Samui o sol dá o ar da graça até umas seis e meia, aproveitei um pouco saboreando um belo prato de suculentos camarões.

Praia de Choeng Mon

Veja como foi meu dia em detalhes clicando aqui.

Próximos posts: Ayutthaya, Floating Market e Happy New Year Thailand!

Até breve!

Bota mais 1 real aí menina (compra-se gasolina em qualquer bodega)

domingo, 10 de abril de 2011

Tiago embaixador do Brasil

Natalie, Tiago e eu prestes a saborear o delicioso strogonoff

   Da mesma forma que representamos nossa família na nossa cidade, ou nosso estado quando estamos fora dele, representamos nosso país mundo afora.  Aprendi isso sendo intercambista do Rotary no Japão ou até mesmo antes quando morei nos Estados Unidos.

Mesmo sem falar a língua (no começo é sempre assim) aprendemos a sorrir, a sermos gentis, a prestar atenção no que podemos ou devemos fazer.  Aprendemos a ser verdadeiros embaixadores do nosso país.  Desta forma somos requisitados a falar sobre nossos costumes, nosso povo, língua e ensinamos um pouquinho para quem apenas ouviu a falar em futebol, samba e carnaval. Aí nos sentimos cada vez mais patriotas e também mais responsáveis com o que fazemos e o que falamos. 

Tiago não sabe disso, mas ele é um verdadeiro embaixador do Brasil na Tailândia.  De coração aberto e sempre sorridente, cativa as pessoas por onde passa.  Já passado mais de um mês do início de minha jornada, fui surpreendido com seu convite para jantar em sua casa no dia seguinte de tê-lo conhecido no bar onde toca maravilhosamente bem seu saxofone.

E que jantar: strogonoff de frango bem brasileiro! Ah, que saudade! Fiquei impressionado com a coragem de Tiago que aos 25 anos está no mundo trabalhando e fazendo sua arte tão moderna quanto sax com DJ.  Na companhia de sua simpática namorada russa Natalie que fala fluente inglês tivemos uma noite memorável e de muita alegria.

Se já não fosse suficiente esta noite tão agradável, fui convidado por eles para repetir a dose no dia seguinte com seus amigos russos que estavam em férias na cidade. Adiei minha ida a Koh Samui para  falar sobre a Rússia, sua política, locais interessantes, muito legal.  Depois pegamos um tuk tuk (táxi) e seguimos para uma boate dançar.  Desculpem a foto tremida dentro do tuk tuk.


Mas, voltando ao tema do post, Tiago embaixador do Brasil, falou pra mim antes da minha partida: vá ao restaurante Mitra em Samui que gostam muito de mim lá.  Imaginava ser bem recebido, mas com tanta alegria não!  Conversamos bastante sobre minha viagem, pegaram o computador e mostraram muitas fotos de Tiago e como sentiam saudades dele. Ah, não deixaram pagar pelo jantar. O cara deixou uma família aqui!

Isso é ser um embaixador do seu país.  E Tiago agora sabe o que é isso.

Até breve!

Mama, no centro, e o pessoal do Mitra Samui Restaurant

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Brasil Asiático

   
  Se Deus é brasileiro, Buda certamente é Tailandês.  Esta é a impressão que tenho conhecendo a Tailândia pela primeira vez.  O cartão postal do Tailandês é o seu sorriso.  Se na Bahia dizem: sorria você está na Bahia, aqui são eles que sorriem primeiro para você.  Com um cumprimento todo especial juntando as mãos, eles agradecem por tudo. 

A Tailândia é simplesmente linda.  Praias belíssimas, incontáveis ilhas, florestas, animais, frutas deliciosas.  O clima no sul do país é muito parecido com Recife, e talvez por isso você não vai se surpreender em encontrar pitomba sendo vendida na rua.  Por falar em pitomba as coisas aqui são muito baratas. No entanto, tem que se ter cuidado, pois assim como no Brasil tudo para turista é mais caro, naquele jeitinho bem carioca:-)
 
E como resistir às massagens?  Acho que não deve existir outro país no mundo onde se tem tantas massagistas por metro quadrado. Não tem como passar um dia sem receber uma por aqui.  Elas literalmente lhe agarram na rua e lhe puxam para mais uma: massá massá! Por 250 Baht ( R$13) você recebe uma hora de Thai Massage.  Quantas massagens conseguiria fazer num dia pensei?  Daí descobri que dá para variar: fish massage, foot massage, oil massage, facial massage, back massage... hummm

Outra experiência indescritível foi o contato com os animais.  Numa visita à província de Phang Nga (ao norte da ilha de Phuket onde estava hospedado) para um dia de rafting com os amigos franceses Stephane, Sébastien e Mathieu, fui surpreendido com uma manada de elefantes. Uau!  No mesmo dia visitamos o Suwankuha Temple onde fica a Monkey Cave ou caverna dos macacos.  Brinquei feito criança!  Lá você pode comprar banana ou amendoim e eles pulam em cima de você.  Experiência única para mim.

Se esta viagem é de experiências, como deixar de praticar o Muay Thai ou boxe tailandês? Levado por uma amiga local de nome Tai, experimentei chutes, jebs, diretos e outros golpes em 2 horas de intenso exercício físico sob a orientação do excelente professor Det.  Recomendo a todos que querem entrar em forma.  O Muay Thai é um dos esportes mais violentos que já vi e aqui o bicho pega pra valer.

Já sem os 4 amigos franceses, Julien se juntou a nós no final da semana, fiz um belo passeio pelas ilhas de Naka, Panak, Hong, Panyee e James Bond Island.  Esta última teve seu nome alterado quando foi cenário do filme 007 The Man with the Golden Gun (1974) .  Fui também, por sugestão de Harue, ao Phuket Fantasea que é um show que conta a história da Tailândia numa produção estilo Disneyworld.  Muito interessante, obrigado pela sugestão Haru!

O que seria uma semana em Bangkok vai virar 1 mês inteiro na Tailândia.  Estou agora no aeroporto de Phuket indo para Koh Samui (outra ilha) onde ficarei 4 dias e então seguirei para Bangkok e mais ainda ao norte para Chiang Mai e Chiang Rai.  Esta região é chamada de Golden Triangle por fazer divisa a Tailândia, Birmânia e Laos.

Também como no Brasil, os serviços na Tailândia não funcionam sempre ou perfeitamente.  Esta é a razão da demora em postar.  Tenho tentado fazer o upload dos vídeos e só agora consegui. Para ver o vídeo bem como as fotos, é só clicar no nome que está em azul. Também peço desculpa pelos erros de português pois ainda não consegui baixar um corretor ortográfico.

Próximos posts: Embaixador Tiago do Brasil, Motoqueiras de Buda e Brasileiro manda muito bem!

Até breve!