Foto retirada do Blog Exercendo nossa Cidadania (Recife-PE) |
Acabei de ter uma conversa muito interessante com meu tio Luiz Fernando que está agora nos EUA. Muito legal esse Skype, possibilitou quase 1 hora de conversa gratuita de dois brasileiros tão distantes um do outro e também de suas casas. Espero que a compra deste fantástico serviço pela Microsoft, notícia esta que recebi pelo próprio Luiz, não resulte em cobranças ou piora de serviços.
Luiz Fernando é uma das pessoas mais inteligentes que conheço. Tranquilo, gosta de um bom papo, e quando não está familiarizado com um assunto, no dia seguinte não hesita em parar numa livraria e comprar um livro para que na próxima conversa possa participar melhor.
Sua viagem à Orlando acentuou sua preocupação em relação ao planejamento urbano que acontece (ou não acontece) no Brasil e mais especificamente em Recife. Parece que a organização da cidade, seus jardins, o trânsito que funciona mesmo com tantos carros, e tudo isso convivendo perfeitamente com o lucro do comércio e dos parques temáticos, reascendeu uma discussão antiga nossa.
Porque o Brasil que tem tanto espaço, precisa viver desta forma tão caótica que estamos vivendo? Qual será o futuro de Recife por exemplo, se hoje já é um tormento para se locomover? E se já está ruim, como admitir a construção de mais apartamentos em ruas tão estreitas? Ruas essas que foram planejadas para uma certa quantidade de famílias e estão suportando inúmeras vezes mais sem que nos demos conta.
O legal de viajar é ver como outros povos tratam de seus problemas, como antecipam (coisa que pouco fazemos), planejam e vivem em sociedade. Vi por exemplo Bernhard, que é esposo de minha prima Cecilia (ver post sobre a família) e é vereador de uma cidade pequena na Alemanha não receber salário e ter seu emprego normal para sustentar a família. Ele ainda me explicou que praticamente todo mundo na cidade faz algum trabalho voluntário para o município. Ele, juntamente com o pai, ainda pinta anualmente algumas placas na estrada. Além de já trabalhar de graça como vereador!
Aqui no Japão estou vivenciando a pior crise desde a última guerra mundial onde o país foi parcialmente destruído e teve 2 bombas atômicas lançadas além de ter sido ocupado pelos Estados Unidos. Não vejo ninguém reclamando do governo ou esperando a solução cair do céu. Vejo todos trabalhando, seja dentro de suas casas, ou para a comunidade. Noutros países que tenho visitado a coisa é mais ou menos parecida.
Já no Brasil, nos acostumamos a reclamar do governo, da oposição, da situação, menos ver o que é o mais óbvio: que nós somos o governo! O governo é apenas o reflexo da sociedade. Eu mesmo já me isentei da discussão dizendo que os mais pobres trocam o voto por favores e como são a maioria sempre o clientelismo irá prevalecer. Mas e se mesmo os ricos votam naquele político apenas porque o conhecem pessoalmente e podem ser favorecidos no futuro? Ou não é assim que nós votamos?
A questão não é apenas como votamos, mas como vivemos. Conhecendo mais sobre outros povos estou cada vez mais convencido que o nosso problema é cultural, e que sempre queremos para nós, e nunca para o coletivo. Um dia vamos ver que tudo o que tivermos para nós não fará mais sentido, se não pudermos dirigir nossos carros, andar tranquilamente pela rua, ou termos os serviços mais básicos em nossas residências.
Até breve!
Guga... Concordo plenamente em tudo que foi dito tão bem por você. Um assunto tão interessante... e nenhum comentário! E aquela velha estória, to bem na minha casa, então porque me preocupar com o próximo!? Se quisermos viver de uma outra forma... Só mudando de pais!!!!
ResponderExcluirGuga, vamos ver se entendi... Andei lendo muito sobre o assunto, pois aqui em Natal-RN uma professora ficou conhecida pelo seu discurso no facebook. Amanda Gurgel, muita gente a seguiu e ela foi até para o Faustão. Fiz um resumo do que li sobre o assunto na internet. Vamos lá...
ResponderExcluiro que eu começo falando é que nós não sabemos é cobrar uma mudança no nosso sistema político.Que sistema é esse que os caras mesmo pegos, muitas vezes filmados, continuam se candidatando? provavelmente não acontecerá nada com eles, choram, dizendo-se arrependidos de ter mentido e aí abdicam do cargo e na próxima eleição lá está novamente se candidatando de novo.
Só é inelegível quando for condenado. Mas quando? Alguém já viu algum politico ir e se foi ficar na cadeia? E alguém já viu algum processo chegar ao fim antes de prescrever ou alguém que tenha dinheiro e influência neste pais chegar a ser condenado? Estes crimes são contra todos, independentemente do poder aquisitivo de cada um, pois toda a sociedade se torna vítima da criminalidade banal que estes recursos poderiam ajudar a evitar com programas sociais, assim como a melhoria da saúde de nosso povo, tão enganado sempre com novas inaugurações de postos de saúde que nem sempre funcionam ou chegam a ter médicos contratados.
Mas aqueles que perderam as eleições seriam melhores? Quem em sã consciência pode garantir?
O sistema eleitoral é que foi feito por raposas e que deixaram um monte de brechas. Por onde esses "políticos" sempre escapam.
onde está a nossa massa intelectual, a OAB, a Federação médica, o conselho de economistas, os dos engenheiros, os dos contabilistas, e todas as entidades representativas dos que não são considerados "povo", pois quem não sabe votar "são os outros", claro.
Onde estão todas estas entidades representativas organizadas para encostarem na parede todos estes ‘eleitos pelo povo' e provocarem ou forçarem uma mudança?
Eles também não são prejudicados pelos eleitos "do povo"?
Os professores universitários, os representantes das mais diversas atividades econômicas, os intelectuais da diversas áreas culturais.
As associações estudantis. O que houve com estes? Acabou o comunismo não querem mais brincar? O FMI foi embora perdeu a graça?
Onde estão todos que não se movimentam para cobrarem mudanças naquilo que seria o melhor modo de educação cívica e que nos levaria à maturidade política? mesmo que todos votem certo, num mesmo candidato, mesmo assim esta aglutinação de votos em um só, vai levar mais, não sei quantos, outros eleitos que ninguém nem nunca ouviu falar, por causa da quantidade de votos que aquele honesto arregimentou ao seu partido.
Isto quer dizer que se aquele "honesto" for decente mesmo, e queira realmente o bem do povo, ele não se candidata, pois sabe que a sua popularidade vai levar mais quatro, provavelmente não tão honestos como ele, e que terão o mesmo valor de voto que ele.
E os suplentes que com míseros votos ou nenhum substituem os titulares? Como é que nós vamos saber se este suplente vai ou não entrar na jogada?
Como pode haver suplente individual para cada senador? Quem é que em sã consciência vai pensar em suplente quando vai votar?
Lembram-se do Enéias? Quinhentos mil votos e levou mais uns quatro com menos de quinhentos votos. O que você acha que estes quatro vão poder fazer lá?
Não acho que a culpa seja somente do "povo" e também não acho que tenhamos que mudar de País. Porque mesmo com tudo isso tenho certeza que moramos no melhor País do mundo.
Oi Bela! Enquanto só pensarmos no nosso próprio umbigo, nunca teremos uma vida agradável e em sociedade. Costumamos respeitar e sermos educados quando estamos no exterior, mas quando estamos no Brasil...
ResponderExcluirOi Iza! Concordo com tudo que você disse. Só que temos um péssimo costume de creditar nossas mazelas aos políticos. Nossa política nada mais é que o reflexo de nós mesmos. Enquanto reclamamos que os políticos estão lá para se beneficiarem, nós votamos naqueles que de alguma forma irão nos beneficiar. Quase todos que conheço votam porque "conhecem" fulano de tal e se precisarem de algo o tal fulano poderá lhes favorecer. Pelas minhas andanças vejo que cada sociedade tem o governo que merece não por um castigo divino ou coisa parecida. Tem o governo que "merece" pois o povo "é" o governo. Tudo que está aí é apenas um reflexo de nós mesmos. Beijos e continue comentando!
ResponderExcluirEh isso ai.
ResponderExcluirNos brasileiros precisamos assumir a responsabilidade e parar de sentar no proprio rabo e colocar a culpa nos outros.
Somos assim a mais ou menos 500 anos so. :)
Mas com um pouquinho de bons exemplos esse povo aprende.
Abracos.
RENATO FARIAS NETO
Fala Renato! Quanto tempo, tudo bem?
ResponderExcluirPois é, os brasileiros, principalmente nós privilegiados, temos que cair na real.
Forte abraço e vamos marcar algo por aí.